Cibersexo
a minha amiga Gigi Lelo
Ela não poupa na forma como se apresenta e causa realmente boa impressão, mas o mais importante é a eficácia. Uma textura muito suave reveste-lhe o corpo duro. Vários modos de vibração, de intensidade regulável. O primeiro, sempre vibrante e três modos intermitentes, cada um mais rápido que o outro e o modo ondulante, que vai crescendo de intensidade até ao máximo e volta ao início. Não é difícil conseguir a cadência pretendida, mas seria ainda mais fácil se os controlos fossem um pouco mais salientes, para poder comandar apenas com o tacto.
As suas curvas arredondadas fazem dela uma excelente massagista para todo o corpo. Apesar da marca a classificar como produto da linha feminina, não vejo razão para que ela não possa ser amiga de um homem, já que o seu design permite facilmente estimular a próstata. Sobre o ponto G, o estímulo é preciso, ajustável ao milímetro. A superfície plana da ponta faz realmente a diferença.
Poder combiná-la com companhia humana e/ou outros brinquedos. Colocar a cabeça vibrante no clítoris expectante ou à entrada do ânus ávido de prazer enquanto acontece a penetração. É também muito boa na dupla penetração, contagiando ambos os corpos com a sua vibração. Combiná-la com criatividade e imaginação.
Poder demorar-me. Com ela, não há urgência a não ser que eu queira. A cómoda bateria recarregável permite descontrair e saborear a vibração contagiante até ela adormecer cá dentro.
É mais pequena do que eu tinha imaginado, mas não precisa de ser maior, adapta-se perfeitamente à anatomia do corpo, e mantém-se no sítio sem ajuda das mãos, mesmo com os músculos contraídos, permitindo uma vasta liberdade de movimentos ao encontro do prazer.
Muito simpática esta Gigi, entusiasmante. Diria mesmo apaixonante…
Vadias
O crepúsculo do ilícito
Tu, de tetas escorridas,
Com toda a tua calma,
A tua roupa interior manchada de nódoas, os teus
Braços caídos.
E esses teus dedos saciados pendendo
Da palma das mãos.
Os teus joelhos um para cada lado
São como duas esferas pesadas;
As rodelas sobre os teus olhos parecem
Vagens de lágrimas;
Presas às tuas orelhas,
Duas enormes argolas de ouro, horríveis.
O teu cabelo sem vida, espalmado numa trança
À volta da cabeça.
Os teus lábios, alongados por palavras sábias
Mas nunca ditas.
E na vida que vives, já o esgar
Dos mortos.
Vêem-te sentada ao sol,
Adormecida;
Lembrando a suave graça que costumavas ter
E não conservaste,
Lamentam como em ti estão sepultados
Os altares da luxúria. (…)
Enquanto as outras definham na virtude,
Tu foste vida.
Ver-te-emos a olhar o sol
Por mais alguns anos,
Tendo sobre os olhos rodelas que parecem
Vagens de lágrimas;
E duas enormes argolas de ouro, horríveis,
Presas às orelhas.
Djuna Barnes, in O Livro das Mulheres Repulsivas, ed. &ETC, 2007
Djuna Barnes (1892 - 1982) nasceu em 1892, em Cornwall-on-Hudson, Nova Iorque. Desde cedo, começou a publicar artigos de imprensa, com um cunho muito pessoal e totalmente alheios à chapa do convencional. Haveria de escrever para a Vanity Fair, a Charm e The New Yorker. Foi, aliás, na qualidade de jornalista, que – depois de ter passado por Nova Iorque – rumou a Paris, mesmo a tempo da tempestade modernista. Regressada à América, levaria uma vida de reclusão voluntária, no seu exíguo apartamento de Greenwich Village. Viria a morrer em 1982. Na sua obra avultam não só a poesia, mas também o teatro e a ficção, na qual merece destaque o romance Nightwood (que Eliot prefaciou), de 1936.
Foi, todavia, ainda em Nova Iorque que, em 1915, D.B. publicou o opúsculo que a & etc agora apresenta sob o título O Livro das Mulheres Repulsivas e traduzidos por Fernanda Borges. Trata-se de um breve conjunto de oito poemas acompanhados de cinco desenhos. São retratos de mulheres – a primeira das quais é a mãe da poeta –, marcados por uma dolorosa e sensual carnalidade, que avulta, conturbada, nos versos de Djuna Barnes – «Vemos os teus braços humedecerem/ Ao calor da paixão;/ Vemos a tua blusa húmida/ A palpitar ao ritmo/ Dos corações ardentes que ressumam aos teus pés.» (p.27) Há um sensualismo desassossegado, nestes versos: não pára no louvor, antes se afunda na queda anunciada, várias vezes encenada e exorcizada – «Cai trôpega na rima,/ Resvalando do ponto da virtude/ Para o do crime// Agora tem os lábios murchos como antes foram vivazes/ Na juventude» (p.43).
A escrita de The Book of Repulsive Women cruza os ambientes e cambiantes finisseculares com a sensibilidade moderna que animava o universo criativo da autora e cujo vendaval avassalaria o mundo artístico de então. Nos seus poemas cruzam-se os motivos típicos do decadentismo fin de siècle – «Com as pernas quase estranguladas/ Nas tuas rendas, continuarias/ Nas bocas do mundo até à loucura/ Gravada no teu rosto.» (p.25) – crivado já por um espírito do tempo que desmancha esses rodízios – «Agora ela caminha com seu andar bamboleante/ Ao lado do lixo da rua,/ Enrola-se sob um lençol sujo/ Algures na cidade.» (p.35) Parece-me que essa saída, esse percurso porta fora, que o poema leva a cabo, de certa forma – se calhar demasiado simbolicamente; se calhar, sou eu a ver mal –, marca um passo em direcção à modernidade. Lorca deambulou por Nova Iorque, com os seus poemas (cf. O Poeta em Nova Iorque); Eliot flanou pelas ruas da cidade (cf. Pruffrock), descendente hipercivilizado, sobrecarregado, de Baudelaire, que iniciara o passeio convulso. E assim fazem os que, hoje, não entendem que não podem ser já assim, os que continuam, em vão, a passeata, já derreadas as solas poéticas e os olhares enviesados dos poemazinhos.
(Hugo Santos, respigado do blog Rascunho)
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Djuna Barnes
Sessão de poesia. Por Nuno Meireles e Júlio Gomes
Domingo, dia 14 de Dezembro, 18h
Gato Vadio, rua do rosário 281 Porto
Resultados da sondagem sobre a frequência do sexo
+ do que 1 vez por dia | 0 (0%) |
todos os dias | 0 (0%) |
2 a 3 vezes por semana | 9 (64%) |
1 vez por semana | 0 (0%) |
2 a 3 vezes por mês | 1 (7%) |
1 vez por mês | 0 (0%) |
ocasionalmente | 3 (21%) |
não faço há + de 6 meses | 0 (0%) |
não faço há + de 1 ano | 0 (0%) |
não faço há + de 2 anos | 0 (0%) |
não faço há + de 5 anos | 0 (0%) |
nunca fiz | 1 (7%) |
Votos apurados: 14
Sondagem fechada
dança ma mi
. ..!
Bob, da Lelo
pequenas mortes e renascimentos
Beautiful Agony is dedicated to the beauty of human orgasm. This may be the most erotic thing you have ever seen, yet the only nudity it contains is from the neck up. That's where people are truly naked.
a minha primeira vez
chuva
Onde foi o teu primeiro beijo?
design ao serviço do prazer sexual
Resultados da sondagem sobre o sexo anal
Nunca experimentei | 2 (9%) |
Não quero experimentar | 1 (4%) |
Tenho curiosidade | 5 (22%) |
Não gosto | 0 (0%) |
Acho nojento | 0 (0%) |
Só se tiver bebido muito | 2 (9%) |
Só com ganza, poppers, etc | 0 (0%) |
Gosto, de vez em quando | 7 (31%) |
Gosto muito | 7 (31%) |
É o que gosto mais | 0 (0%) |
Só gosto de dar | 2 (9%) |
Só gosto de receber | 0 (0%) |
É bom dar e receber | 0 (0%) |
Já recebi, quero dar | 1 (4%) |
Já dei, quero receber | 1 (4%) |
É bom, na masturbação | 0 (0%) |
Sou fã da penetração dupla | 2 (9%) |
É bom com sex toys | 2 (9%) |
Votos apurados: 22
Sondagem fechada
Puppetry of the Penis - Marionetas Penianas
entrevista a Marta Crawford
Homens e mulheres, prestem atenção: o desafio do próximo milénio é fazer-vos entender o papel da estimulação da zona do clítoris durante o coito. Isto pode parecer estranho a alguns (e a algumas, que sempre se julgaram menos do que as outras), mas, na maior parte dos casos, a penetração não basta para fazer uma mulher ver estrelas. Palavra de Marta Crawford, sexóloga sem medo de palavras como clítoris, vagina, pénis, fellatio, cunnilingus. Pronuncia-as com à-vontade porque nada do que é humano, desde que praticado entre adultos e consentido, lhe é estranho. Está tudo, com suficiente detalhe e desenhos educativos, em “Viver o Sexo com Prazer, um guia da sexualidade feminina” e resumido nesta entrevista. Para ler e aprender...
Depois de ‘Sexo Sem Tabus’, escreve ‘Viver o Sexo com Prazer, um guia da sexualidade feminina’. Porquê?
Era o plano da editora: um livro mais genérico, dirigido aos dois sexos, um dirigido às mulheres, outro aos homens e um aos jovens.
Porquê primeiro o da sexualidade feminina?
Porque a masculina é um tema mais batido, sempre se viu a sexualidade sob o prisma masculino, as mulheres estavam lá mas tinham o papel secundário do filme. Era suposto acompanharem o homem no prazer que ele deveria ter. Embora isto seja de um tempo muito antigo, o facto é que muitos casais ainda funcionam assim.
Sem prazer feminino?
Os casais têm relações, com regularidade ou não, e muitas mulheres não têm prazer nas relações sexuais, mas acabam por participar para manter o equilíbrio do casal. O que digo é que é possível ter-se prazer na sexualidade, mas se calhar é preciso trabalhar algumas coisas para não ser um frete.
A sexualidade masculina é mais simples?
Não, o prazer feminino é talvez mais contextual, implica uma série premissas, ao nível da relação com o corpo, questões da vida, da casa, dos afectos, o que não significa que as mulheres só funcionem sexualmente quando estão muito apaixonadas, mas têm de se sentir bem na situação, são menos imediatas. No caso masculino, a estimulação é muito mais rápida. Não são necessários tantos estímulos para que um homem atinja uma certa excitação ou queira iniciar uma relação sexual e chegue até ao fim. Já a mulher reage na maior parte das vezes a uma estimulação directa da zona genital, mas são necessárias outras condições.
Porque razão oferecer um vibrador a uma mulher pode considerar-se uma ofensa?
Os brinquedos sexuais parecem uma coisa para as mulheres pervertidas, que não têm parceiros ou não ficam satisfeitas com eles. No mercado existem objectos que permitem à mulher obter níveis de prazer mais elevados, nomeadamente quando, nas relações sexuais com os seus parceiros, não há uma estimulação clitoriana.
O coito não basta?
Estou numa espécie de campanha para tornar claro que o que não é frequente é as mulheres atingirem o orgasmo só através do coito. O orgasmo vaginal é um mito.
Mas as mulheres sentem-se anormais se isso não acontece.
O propósito é o orgasmo vaginal, através do coito. Freud falou nisso: as mulheres que atingiam o orgasmo através da estimulação clitoriana seriam imaturas. Enganou-se. Mesmo porque o fundo da vagina não tem grande sensibilidade, a maior parte desta está na zona anterior, nos primeiros centímetros da entrada e na zona clitoriana. O clítoris tem mais sensores nervosos, mais até do que o pénis, e tem apenas essa função: na maior parte das mulheres, é a zona que lhes dá maior prazer, mesmo que a estimulação não seja lá em cima mas ao lado.
O que pode acontecer quando não há estimulação clitoriana?
Saturação e querer despachar o assunto. É o que acontece quando se entende que aquilo que é uma coisa óbvia – estimular durante o coito – não faz parte. Ou então que a mulher é uma coitada pois não consegue atingir o orgasmo de outra forma. Não é verdade, a mulher não é uma coitada porque precisa de estimulação nessa zona.
Há mulheres que sentem muito prazer com a penetração.
Claro. O que digo é que com a maior parte, 90 por cento, isso não acontece. O sexo não é só uma relação pénis/vagina. Isso é do tempo em que a sexualidade tinha a ver com a procriação.
Elas queixam-se nas consultas?
Há muitas que dizem sentir-se incompletas, pensam que talvez fosse diferente com outra pessoa. Pode ser um problema ao nível do casal, alguns funcionam sexualmente melhor do que outros, mas também tem a ver com comunicação e habilidade do parceiro.
O que dá prazer ao homem pode não ser o que dá maior prazer à mulher. Não há aqui há um desencontro fundamental?
A sexualidade tem sido vista à luz do prazer masculino – por isso se considera que o coito é a forma eleita de dar prazer aos dois. Mas, se continua a insistir-se na mesma fórmula, a mulher nunca sentirá prazer. Porque a obsessão em atingir esse orgasmo é tal que se despreza a estimulação de outros sítios. Então é que mulher perde a competência para chegar lá.
Os preliminares não ajudam?
Muitos casais dizem ‘nós fazemos um período de preliminares e depois passamos ao coito, ao sexo’, ou seja, a mulher já está excitada e esse grau de excitação devia continuar até conseguir atingir o orgasmo. Muitas vezes isso não acontece.
Porquê?
As mulheres passam por muitos altos e baixos na sua capacidade de excitação, lubrificam mais num certo período, depois deixam de lubrificar e é preciso voltar de novo a um tipo de estimulação mais particular, mais fininho ou mais intenso. É um jogo para o qual é preciso ter disponibilidade. Também é_importante que a mulher perceba como é que o corpo vai respondendo à estimulação, seja genuína e diga aquilo que quer. Muitas mulheres não têm muito prazer mas já estão saturadas e só querem é que a relação termine, que o parceiro ejacule.
O clítoris pode ser o tal sininho ao som do qual se diz a missa?
Há mulheres que detestam ser tocadas directamente no clítoris mas o que é certo é que indirectamente sentem prazer. O clítoris é a única parte do corpo da mulher sem outra função além de dar-lhe prazer. Há que conjugar as diversas formas de obter prazer no jogo amoroso. Não há uma eleita. Não sei se o clítoris é o sininho ou o tal botão mágico mas facilita.
O tamanho do pénis do parceiro importa?
Pensar que um pénis grande é garantia de muito prazer feminino é um mito. De facto, se homem não for habilidoso e atencioso às necessidades da parceira, de nada lhe vale um pénis grande. Pode impressionar a mulher e levá-la a fantasiar – também pode ser assustador...– mas terá pouco interesse se o homem não souber usá-lo.
O ponto G existe mesmo?
Supostamente, o ponto G, uma espécie de anel esponjoso de tecido eréctil, fica a três ou quatro centímetros da entrada anterior da vagina, por baixo do osso púbico, junto à zona da uretra. Há mulheres que referem ter muito prazer com a estimulação desta zona.
É assim tão importante?
Sou um bocado céptica em relação a tudo o que é vendido nas revistas cor-de-rosa como o novo santo Graal, primeiro o clítoris, depois os multiorgasmos... no fundo obstáculos que fazem a mulher sentir-se sempre abaixo do exequível. Agora cria-se outro patamar em que a mulher para ter um prazer extraordinário tem de ter um Ponto G e anda tudo à procura dele. O pénis não toca no Ponto G, mas o Ponto G quer ser estimulado ou através da masturbação ou de um vibrador especial. Andar à procura até pode ser engraçado, mas não faz sentido centrarmo-nos no ponto G só porque alguém vendeu o ‘produto’, nem julgar que as mulheres que não o têm são piores do que as outras.
As revistas cor-de-rosa também falam muito de sexo anal.
Antes não se falava de sexo anal, mas sempre se praticou. Quando as mulheres estavam menstruadas ou grávidas optavam pelo sexo anal. Também as que não queriam perder a virgindade o faziam, o que tem o seu lado cómico... mais uma vez, o sexo lícito é o sexo vaginal. Há a ideia de que o ânus tem a ver com sujidade ou com a homossexualidade. Falar abertamente de sexo anal faz com que as pessoas não tenham medo de pensar sobre isso e até se disponham a experimentar de uma forma que não crie prejuízo. Como as pessoas não me vêem exactamente como alguém pervertido, suponho que pensem ‘se ela fala é porque há outra perspectiva’.
O sexo anal não é mais uma fantasia masculina?
Penso que as mulheres que fazem sexo anal gostam, mas é importante que cada casal o faça de uma forma satisfatória para os dois e não só para o homem. Esse é o truque em relação a seja o que for. Há mulheres que não gostam de fazer fellatio, só que os homens gostam muito e elas não estão ali para tirar-lhes o prazer. Mas elas também gostam de cunnilingus. Tem de fazer-se o contraponto. Há casais que fazem tudo, há casais que só gostam de fazer uma coisa e não outra. Tudo bem, é a maneira de funcionar daquele casal, não tem de existir um menu e fazer-se o “check list”.
Ou seja, cada um sabe de si?
É mais: na sexualidade cada coisa vale por si, um beijo, um abraço, não é preciso ir até ao fim. Só que as pessoas estão preocupadas em atingir o orgasmo, que dura mais ou menos dez segundos – é contar até dez e já passou – que não usufruem do resto, das massagens, dos beijos. O orgasmo é bom, mas só pelos dez segundos mais vale comer um gelado. [risos.]
Em ‘Viver o Sexo Com Prazer’, refere-se a uma paciente que sentiu o primeiro orgasmo aos 36 anos através da masturbação.
Era uma mulher que nunca tinha masturbado. Tinha dificuldades na relação sexual com o parceiro, não experimentava prazer mas dor. Tudo era no sentido negativo.
O que aconteceu?
No início, a terapia é muito orientada para a sensualidade, mais genérica. Programam-se sete sessões de 15 em 15 dias. Ela levou algum tempo até que acontecesse. Sentia-se ridícula a masturbar-se. Mas acabou por criar um ambiente especial na sala, estava sozinha, os filhos dormiam. Quando aconteceu ela não sabia o que era aquilo. Não disse ao marido. Ele só soube durante a terapia. Depois ela começou a sentir umas coisinhas. Ela, que não sentia absolutamente nada, começou a sentir uma certa excitação. Nunca tinha usado lubrificantes, começou a usá-los. Para uma mulher que não lubrifica a relação coital é do pior que pode haver, a fricção é dolorosa.
E quanto ao sexo oral? Há homens que pensam que o cunnilingus é só lamber...
Pois... se calhar também há homens incompetentes. Isto não é contra eles. É dizer-lhes ‘abanem-se lá’. Eles passam a vida a dizer que as mulheres não querem ter relações sexuais, mas se calhar é porque eles são incompetentes, não porque elas são frígidas, termo que já nem sequer existe. Temos de elaborar um bocadinho mais. Pensar ‘o que é que se está a passar?’.
E o que é que se está a passar?
Se eles souberem ouvir e ver elas tornam-se mais disponíveis. O que acontece é as mulheres dizerem ‘ele só quer é aquilo’. Se ela sabe que ele só quer aquilo, então ele fica sem nada. São as pequenas atenções que fazem com que uma pessoa tenha mais desejo. Tudo o que já está completamente estipulado e que não surpreende acaba por cansar.
Há homens que parecem não gostar muito de estimular oralmente as mulheres...
E há a atitude francamente machista de sentido oposto que é as mulheres acharem, em relação ao fellatio: ‘é uma coisa que eles gostam e eu faço porque eles gostam; não me importo’, mas em relação ao cunnilingus pensam: ‘mete-me nojo ou acho que ele não vai gostar – dizem que tem um cheiro qualquer a peixe –, o melhor é não fazer.’ Ora, há mulheres que têm grande prazer nisso porque é uma estimulação muito directa, que vai directamente aos sítios, estimula a zona clitoriana, as virilhas... Quando há conjugação da estimulação oral e digital, as mulheres têm muito prazer. Naturalmente, não é uma lambidela de alto a baixo durante um minuto. Deve haver da parte da mulher um incentivo a que o parceiro, ou parceira, continue.
Há uma quase genérica resistência à utilização do preservativo no sexo oral.
É uma ideia corrente e errada a de que não se apanham doenças no sexo oral e é difícil passar a ideia de que tem de se usar o preservativo. Há muitos jovens, e não só, que ainda pensam “como ele (ou ela) é bonito, não tem doenças”. Depois da menopausa, as mulheres também pensam que ficam imunes, associam não engravidar a não apanhar doenças. Mas há uma série de doenças que são transmitidas através do sexo oral, portanto tem de se utilizar o preservativo. Obviamente que, numa relação de confiança e alguma regularidade entre um casal que se entenda como estável, não é preciso usar, embora o sexo oral seja mais frequente em relações ocasionais, como primeira forma de abordagem. É preciso usar o preservativo. Torna tudo mais higiénico e até evita alguns constrangimentos, relacionados com lubrificação excessiva, sabores que se consideram desagradáveis ou a ejaculação na boca da parceira quando ela não gosta. É ridículo não usar preservativo.
Mas é complicado, nomeadamente no caso do cunnilingus.
Sim, pode ser complicado, se pensarmos que podíamos estar a fazer outra coisa qualquer. Mas uma toalhinha de látex, um bocado de papel aderente, uma luva cortada ou o preservativo cortado permite que se faça à vontade pois não há transmissão de doenças e isso torna-nos mais livres. Qual é o mal? Até é divertido.
O que diz às mulheres que fingem ter prazer quando não têm?
São elas que perdem porque o parceiro, normalmente, tem. Da parte feminina, o fingimento faz com que eles repitam exactamente o mesmo procedimento e não aprendam. Há a ideia de que eles ficam chateados se lhes disserem. Outras receiam que se transforme numa obsessão, que se disserem ‘não consigo atingir o orgasmo’ eles ficam ali a insistir e é uma pressão para a mulher aquela ideia de que tem de ter um orgasmo em cada relação.
Há mulheres frígidas ou homens incompetentes?
Há mulheres e homens que são pouco habilidosos. Também não vou dizer que todas as mulheres estão completamente disponíveis para dar prazer aos homens. Mas há uma premissa de que ‘sexo é coito’. ‘Prazer só no coito.’ ‘O coito é suficiente para a mulher atingir o orgasmo.’ Os homens correspondem a estes parâmetros porque é mais fácil, eventualmente gostam mais que haja uma relação coital e também não dá muito trabalho. Mas é preciso dar aqui uma grande volta e encontrar novas formas de dar prazer um ao outro. Dizia-se que as mulheres eram frígidas. Talvez fossem mal estimuladas. Uma mulher satisfeita vai decerto procurar ter relações sexuais mais frequentemente.
Terceira idade significa necessariamente o fim do sexo?
A sexualidade na terceira idade sempre foi vista como uma coisa pouco própria. Ninguém imagina os avós ou os bisavós na cama. Mas não tem de ser pouco própria. E não é. Não é porque se tem mais quilos ou celulite que o sexo não pode acontecer. O sexo não tem prazo de validade desde que o casal tenha vontade e disponibilidade para continuar a explorar o próprio corpo. Há alterações físicas e fisiológicas que, de alguma forma, podem comprometer a sexualidade tradicional, a tal coital, e então ‘se não há penetração, acabou-se a minha vida sexual.’ Porquê? Não há outras maneiras de obter prazer? Há. Mas, se na minha cabeça a única forma de sexo é aquela, tudo o resto fica aquém e é desnecessário. Voltamos à história dos dez segundos de orgasmo.
O que é então o sexo?
É muito mais do que uma relação pénis/vagina. É comunicação, conseguir uma liberdade na relação de forma a dar e receber, é ter espaço para a ternura, para a sensualidade. Repare que a definição da OMS nem sequer refere a relação coital, o que é interessante. Mas esta troca entre as pessoas é essencial para o bem estar dos seres humanos.
Diz-se que somos cada vez mais sociedades sem Deus. Não temos ainda vergonha do olhar Dele?
É uma vergonha que nos chega através da educação. Mesmo se não há tantos católicos praticantes, mesmo que não pratiquemos, sentimo-nos todos católicos ou, pelo menos na nossa infância e juventude, herdámos essa forma de pensar católica. Eu tive uma instrução católica bastante intensa e penso que caridade, dar e receber são princípios básicos do catolicismo. Não se pode repudiar a homossexualidade, por exemplo. Não se pode dizer que é uma coisa do demo. As pessoas não escolhem ser homossexuais. Ninguém tem nada a ver com isso, desde que sejam dois adultos e os dois queiram.
(...)
Orgasmos femininos - diferentes tipos
Types of Orgasms:
I found this description of different types of orgasms described by sexologist Betty Dodson on about.com here. Besides clitoral orgasms (orgasm through clitoral stimulation) and vaginal orgasms (orgasm by vaginal penetration), she describes these additional types of orgasms below.
Pressure orgasms. Dodson ties these to early childhood experiences rocking back and forth or masturbating by squeezing your legs together. This orgasm comes from indirect stimulation, no rubbing, but instead applying pressure (by leaning heavily against or on something). As children we may engage in this kind of self soothing and sex stimulating behavior even if it doesn’t result in an orgasm the way we think of them as adults. A study published in the journal Pediatrics in 2005 took note of this very common form of self-stimulation, particularly in young girls. Some adults may bring this behavior into their sex lives and have orgasms from it.
Tension orgasms. This is the orgasm that comes from direct and intense stimulation usually while you are holding your body and muscles tight and tense, and holding your breath. Dodson considers tension orgasms the most common, favored because they are quick and dirty. She also calls them “peak orgasms” as they offer an intense build up followed by a sudden release. Tension orgasms could be our default because of early sexual experiences, which are often secretive and quick. It’s often been suggested that for men, premature ejaculation is a result of learning early on how to get aroused and orgasm quickly. For women too, early experiences can influence later ones, and Dodson encourages people to try to experience more orgasms beyond these, even if they do do the trick.
Relaxation orgasms. Dodson describes this type of orgasm as coming not from a build up of tension, but from deep relaxation during sexual stimulation, where you continue to release tension and relax your muscles and eventually the orgasm sneaks up on you. As opposed to the “peak orgasm” Dodson cites Shree Rajneesh, a master and author of Tantra, Spirituality and Sex , who refers to these kinds of orgasms as “valley orgasms”.
Combination or blended orgasms. Ideally orgasm is a fluid process (no pun intended) and if sex play lasts long enough you’ll get to enjoy more than one experience during orgasm, which we can call a combination orgasm. For Dodson, who has been teaching women to orgasm for over 30 years, combination orgasms involve a specific set of actions, including: “clitoral stimulation, vaginal stimulation, PC muscle contractions, pelvic thrusting, and breathing out loud.” One could broaden this definition to include orgasms that offer a variety of experiences and opportunity for you to pay attention to the different waves of orgasmic feelings.
Multiple orgasms. (FMO's!) While female multiple orgasms are more often talked about, both men and women are capable of having multiple orgasms. Dodson distinguishes between multiple orgasms and the “aftershocks of pleasure” that follow a big orgasm, which some people might call orgasms, and which allows them to count 20 or 30 orgasms a night. One of the pitfalls of multiple orgasms is the trap of waiting for them and having anxiety about whether or not you’ll have them. Do either of these things and your attention will be taken away from the pleasure you’re feeling, which is a waste of an orgasm whatever number it comes in.
G-spot orgasms. The g spot debate is far from over, and while Dodson doesn’t discount them, she favors clitoral stimulation at least being in the mix, and offers a wary attitude to those who argue for orgasms that come from penetration alone. Nonetheless, many women report orgasms that come from g spot stimulation being fundamentally different from orgasms that come from other kinds of stimulation, and given the number of women who have written and talked about it, they certainly deserve a place in the orgasm encyclopedia.
Fantasy orgasms. Dodson largely discounts the idea of orgasms that result from mental stimulation alone(which is not surprising given her belief in the supremacy of clitoral stimulation). In fact there have been several studies and years of anecdotal reports by women who have orgasms without any physical contact, and from mental fantasy alone. There is a tendency by many to see orgasms from fantasy as being less than other kinds of orgasms, but this attitude seems to come mostly from rigid thinking about the right and wrong way to orgasm, and less from people’s personal experiences.
Sources:
Dodson, Betty. Orgasms for Two. New York: Harmony Books, 2002.