O Ecofeminismo em "Morbus Gravis", de Serpieri

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(...) As a metatheoretical perspective that provides a critique of many facets of Western culture, ecofeminism predicts global consequences of catastrophic proportion if current interrelated systems of oppression are permitted to continue to exist (see Bigwood, 1993; Caputi, 1993; Johnson, 1993; Plant, 1989; Plumwood, 1993; Vance, 1993). The exploration of ecofeminist themes within the context of a comic series that is rife with elements of horror and erotica is helpful in terms of gaining insight into how ecofeminism is represented to a demographic which would intuitively seem unreceptive to its overarching concern with systems of patriarchal oppression. McCloud (2000) observes that women and minorities have been vastly underrepresented in both comic art readership and production. Further, many comics (particularly erotic comics) present the reader with violent, degrading and frightening images of women (Horn, 1977; Laity, 2002). Thus, the question of how ecofeminist themes function within a comic text that is presumably read by white males who enjoy viewing sexually violent images of women becomes central to this project. (...)

uma perspectiva sobre o amor, a sexualidade e a individualidade

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Entrevista a Fávio Gikovate

Não precisa casar. Sozinho é melhor.


O psiquiatra decreta a morte do amor romântico e diz que a vida de solteiro é um caminho viável para a felicidade

'Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre o amor e a individualidade, opte pelo segundo.'

Com 41 anos de clínica, o médico psiquiatra Flávio Gikovate acompanhou os fatos mais marcantes que mudaram a sexualidade no Brasil e no mundo. Aos 65 anos, ele atendeu a reportagem de Veja em seu consultório no elegante bairro dos Jardins, em São Paulo.

- O senhor diria para a maioria das pessoas que o casamento pode não ser uma boa decisão na vida?
Gikovate - Sim. As pessoas que estão casadas e são felizes são uma minoria. Com base nos atendimentos que faço e nas pessoas que conheço, não passam de 5%. A imensa maioria é a dos mal casados. São indivíduos que se envolveram em uma trama nada evolutiva e pouco saudável. Vivem relacionamentos possessivos em que não há confiança recíproca nem sinceridade. Por algum tempo depois do casamento, consideram-se felizes e bem casados porque ganham filhos e se estabelecem profissionalmente. Porém, lá entre sete e dez anos de casamento, eles terão de se deparar com a realidade e tomar uma decisão drástica, que normalmente é a separação. - Ficar sozinho é melhor, então? Gikovate - Há muitos solteiros felizes. Levam uma vida serena e sem conflitos. Quando sentem uma sensação de desamparo, aquele 'vazio no estômago' por estarem sozinhos, resolvem a questão sem ajuda. Mantêm-se ocupados, cultivam bons amigos, lêem um bom livro, vão ao cinema. Com um pouco de paciência e treino, driblam a solidão e se dedicam às tarefas que mais gostam. Os solteiros que não estão bem são geralmente os que ainda sonham com um amor romântico. Ainda possuem a idéia de que uma pessoa precisa de outra para se completar. Pensam, como Vinicius de Moraes, que 'é impossível ser feliz sozinho'. Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos. - Por que os casamentos acabam não dando certo? Gikovate - Quase todos os casamentos hoje são assim: um é mais extrovertido, estourado, de gênio forte. É vaidoso e precisa sempre de elogios. O outro é mais discreto, mais manso, mais tolerante. Faz tudo para agradar o primeiro. Todo mundo conhece pelo menos meia-dúzia de casais assim, entre um egoísta e um generoso. O primeiro reclama muito e, assim, recebe muito mais do que dá. O segundo tem baixa auto-estima e está sempre disposto a servir o outro. Muitos homens egoístas fazem questão que a mulher generosa esteja do lado dele enquanto ele assiste na televisão os seus programas preferidos. Mulheres egoístas não aceitam que seus esposos joguem futebol. Consideram isso uma traição. De um jeito ou de outro, o generoso sempre precisa fazer concessões para agradar o egoísta, ou não brigar com ele. Em nome do amor, deixam sua individualidade em segundo plano. E a felicidade vai junto. O casamento, então, começa a desmoronar. Para os meus pacientes, eu sempre digo: se você tiver de escolher entre amor e individualidade, opte pelo segundo.

- Viver sozinho não seria uma postura muito individualista?
Gikovate - Não há nada de errado em ser individualista. Muitos dos autores contemporâneos têm uma postura crítica em relação a isso. Confundem individualismo com egoísmo ou descaso pelos outros. São conceitos diferentes. Outros dizem que o individualismo é liberal e até mesmo de direita. Eu não penso assim. O individualismo corresponde a um crescimento emocional. Quando a pessoa se reconhece como uma unidade, e não como uma metade desamparada, consegue estabelecer relações afetivas de boa qualidade. Por tabela, também poderá construir uma sociedade mais justa. Conhecem melhor a si próprio e, por isso, sabem das necessidades e desejos dos outros. O individualismo acabará por gerar frutos muito interessantes e positivos no futuro. Criará condições para um avanço moral significativo.

- Por que os casamentos normalmente ocorrem entre egoístas e generosos?
Gikovate - A idéia geral na nossa sociedade é a de que os opostos se atraem. E isso acontece por vários motivos. Na juventude, não gostamos muito do nosso modo de ser e admiramos quem é diferente de nós. Assim, egoístas e generosos acabam se envolvendo. O egoísta, por ser exibicionista, também atrai o generoso, que vê no outro qualidades que ele não possui. Por fim, nossos pais e avós são geralmente uniões desse tipo, e nós acabamos repetindo o erro deles.

- Para quem tem filhos não é melhor estar em um casamento? E, para os filhos, não é melhor ter pais casados?
Gikovate - Para quem pretende construir projetos em comum – e ter filhos é o mais relevantes deles – o melhor é jogar em dupla. Crianças dão muito trabalho e preocupação. É muito mais fácil, então, quando essa tarefa é compartilhada. Do ponto de vista da criança, o mais provável é que elas se sintam mais amparadas quando crescem segundo os padrões culturais que dominam no seu meio-ambiente. Se elas são criadas pelo padrasto, vivem com os filhos de outros casamentos da mãe, mas estudam em uma escola de valores fortemente conservadores e religiosos, poderão sentir algum mal-estar. Do ponto de vista emocional, não creio que se possa fazer um julgamento definitivo sobre as vantagens da família tradicional sobre as constituídas por casais gays ou por um pai ou mãe solteiros. Estamos em um processo de transição no qual ainda não estão constituídos novos valores morais. É sempre bom esperar um pouco para não fazer avaliações precipitadas.

- Que conselhos você daria para um jovem que acaba de começar na vida amorosa?
Gikovate - É preciso que o jovem entenda que o amor romântico, apesar de aparecer o tempo todo nos filmes, romances e novelas, está com os dias contados. Esse amor, que nasceu no século XIX com a revolução industrial, tem um caráter muito possessivo. Segundo esse ideal, duas pessoas que se amam devem estar juntas em todos os seus momentos livres, o que é uma afronta à individualidade. O mundo mudou muito desde então. É só olhar como vivem as viúvas. Estão todas felizes da vida. Contudo, como muitos jovens ainda sonham com esse amor romântico, casam-se, separam-se e casam-se de novo, várias vezes, até aprender essa lição. Se é que aprendem. Se um jovem já tem a noção de não precisa se casar par ser feliz, ele pulará todas essas etapas que provocam sofrimento.

- As mulheres são mais ansiosas em casar do que os homens? Por quê?
Gikovate - As mulheres têm obsessão por casamento. É uma visão totalmente antiquada, que os homens não possuem. Uma vez, quando eu ainda escrevia para a revista Cláudia, o pessoal da redação fez uma pesquisa sobre os desejos das pessoas. O maior sonho de 100% das moças de 18 a 20 anos de idade era se casar e ter filho. Entre os homens, quase nenhum respondeu isso. Queriam ser bons profissionais, fazer grandes viagens. Essa diferença abismal acontece por razões derivadas da tradição cultural. No passado, o casamento era do máximo interesse das mulheres porque só assim poderiam ter uma vida sexual socialmente aceitável. Poderiam ter filhos e um homem que as protegeria e pagaria as contas. Os homens, por sua vez, entendiam apenas que algum dia eles seriam obrigados a fazer isso. Nos dias que correm, as razões que levavam mulheres a ter necessidade de casar não se sustentam. Nas universidades, o número de moças é superior ao de rapazes. Em poucas décadas, elas ganharão mais que eles. Resta acompanhar o que irá acontecer com as mulheres, agora livres sexualmente, nem sempre tão interessadas em ter filhos e independentes economicamente.

- Como será o amor do futuro?
Gikovate - Os relacionamentos que não respeitam a individualidade estão condenados a desaparecer. Isso de certa forma já ocorre naturalmente. No Brasil, o número de divórcios já é maior que o de casamentos no ano. Atualmente, muitos homens e mulheres já consideram que ficarão sozinhos para sempre ou já aceitam a idéia de aguardar até o momento em que encontrarão alguém parecido tanto no caráter quanto nos interesses pessoais. Se isso ocorrer, terão prazer em estar juntos em um número grande de situações. Nesse novo cenário, em que há afinidade e respeito pelas diferenças, a individualidade é preservada. Eu estou no meu segundo casamento. Minha mulher gosta de ópera. Quando ela quer ir, vai sozinha. E não há qualquer problema nisso.

- Quando duas pessoas decidem morar juntas, a individualidade não sofre um abalo?

Gikovate - Não necessariamente elas precisarão morar juntas. Em um dos meus programas de rádio, um casal me perguntou se estavam sendo ousados demais em se casar e continuarem morando separados. Isso está ficando cada dia mais comum. Há outros tantos casais que moram juntos, mas em quartos separados. Se o objetivo é preservar a individualidade, não há razão para vergonha. O interessante é a qualidade do vínculo que existirá entre duas pessoas. No primeiro mundo, esse comportamento já é normal. Muitos casais moram até em cidades diferentes.

- É possível ser fiel morando em casas ou cidades diferentes?
Gikovate - A fidelidade ocorre espontaneamente quando se estabelece um vínculo de qualidade. Em um clima assim, o elemento erótico perde um pouco seu impacto. Por incrível que pareça, essas relações são monogâmicas. É algo difícil de explicar, mas que acontece.

- Com o fim do amor romântico, como fica o sexo?
Gikovate - Um dos grandes problemas ligados à questão sentimental é justamente o de que o desejo sexual nem sempre acompanha a intimidade efetiva, aquela baseada em afinidade e companheirismo. É incrível como de vez em quando amor e sexo combinam, mas isso não ocorre com facilidade. Por outro lado, o sexo com um parceiro desconhecido, ou quase isso, é quase sempre muito pouco interessante. Quando acaba, as pessoas sentem um grande vazio. Não é algo que eu recomendaria. Hoje, as normas de comportamento são ditadas pela indústria pornográfica e se parece com um exercício físico. O sexo então tem mais compromisso com agressividade do que com amor e amizade. Jovens que têm amigos muito chegados e queridos dizem que transar com eles não tem nada a ver. Acham mais fácil transar com inimigos do que com o melhor amigo. Penso que, com o amadurecimento emocional, as pessoas tenderão a se abster desse tipo de prática.

- As desilusões com o primeiro casamento têm ajudado as pessoas a tomar as decisões corretas?
Gikovate - No início da epidemia de divórcios brasileira, na década de 70, as pessoas se separavam e atribuíam o desastre da união a problemas genéricos. Alguns diziam que o amor acabou. Outros, o parceiro era muito chato. Não se davam conta de que as questões eram mais complexas. Então, acabavam se unindo à outras pessoas muito parecidas com as que tinham acabado de descartar. Hoje, os indivíduos estão mais críticos. Aceitam ficar mais tempo sozinhos e fazem autocríticas mais consistentes. Por causa disso, conseguem evoluir emocionalmente e percebem que terão que mudar radicalmente os critérios de escolha do parceiro. Se antes queriam alguém diferente, hoje a tendência é buscarem uma pessoa com afinidades.


Duda Teixeira, Revista Veja

A eloquência do vernáculo

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Eu tinha 10, 11 anos quando finalmente percebi como se faziam os bebés. Foi numa aula de Ciências da Natureza, por volta de 1986, e lembro-me perfeitamente do professor. Tinha cerca de 40 anos, um metro e noventa e muitos, muito pouco cabelo, apenas uma amostra de cada lado da cabeça, acima das orelhas. Tinha um ar bondoso e ingénuo, acentuado pelo hábito de andar de costas curvadas - talvez para amenizar o efeito da sua altura. Era magro e tinha óculos graduados de armação grossa e escura. Lembro-me bem do professor, e sempre que penso nele, lembro-me também do cartaz com o desenho de um homem, com os órgãos internos em destaque e ao lado figura semelhante representando a anatomia de uma mulher. Havia ainda outro cartaz com a representação de uma nave espacial mais ou menos triangular com duas antenas (ou asas) de cada lado - depois o professor disse que a nave espacial afinal era o aparelho reprodutor feminino. E, neste caso sem hipótese de confusão, uma pilinha, mas em grande, e com canais e outras coisas visíveis numa transparência em camadas.

O professor deve ter perguntado se havia dúvidas, como era hábito depois de explicar algo numa aula. E eu não tinha. Tinha deixado de ter, e imagino que a boca e os olhos, muito abertos e atónitos, provavelmente denunciavam quão recente era a minha descoberta. Uma frase ecoava na minha cabeça, "afinal é mesmo assim". Não era, de forma alguma, a primeira vez que eu tinha ouvido falar de enfiar pilinhas em pipis, de introduzir pénis em vaginas ou, como era comum escutar no recreio, enterrar caralhos em conas. Muitas anedotas, "piropos", más-línguas se referiam a esta prática tão estranha. Mas eu pensava que dizer "se te apanho a jeito enterro-te o caralho nessa cona" era uma espécie de ameaça de um castigo, como quem dissesse, "se te apanho, bato na tua cabeça com um ferro". Na minha cabeça de miúdo que não dizia mas ouvia muitas asneiras, todo o vernáculo à volta dos genitais tinha ou uma função escatológica - dava jeito para enfatizar o discurso anedótico - ou era veículo para se manifestar agressividade ou uma forma de difamar determinada rapariga. Lembro-me perfeitamente de um colega, num dia de chuva, chegar à entrada do pavilhão onde ficava a sala da aula seguinte. Vinha a segurar um guarda-chuva e de braço dado à N., a minha paixão da altura. Ela deve-lhe ter contado que eu a tinha pedido em namoro e que ela recusou. Esse meu colega, com o seu habitual ar trocista e autoritário de miúdo mais velho dois anos, virou-se para mim, com a atitude de quem vai contar uma anedota em que o interlocutor é também o protagonista. "Sabes onde estive com a N.? Estive nas escadas do prédio. E sabes o que lhe estive a fazer? Estive a enterrar", e fez um gesto com o braço, de punho fechado, para a frente e para trás. "Sabes o que é enterrar?". Não é que eu fosse um perito, mas percebi que ele estava a falar de enfiar a pilinha dele no pipi dela, quer dizer, a enterrar o caralho na cona.

Depois da aula, voltei a pensar neste episódio. Voltei a pensar que não poderia competir com um rapaz mais velho e sabido como ele. Se ela tinha mais um ano que eu e ele mais um ano que ela, era só fazer as contas. Pensei também na atitude dela, enquanto ele se dirigia a mim. Ela não encorajou a minha humilhação de rejeitado e desajeitado, mas, por outro lado, também não se mostrou humilhada. E ao rever rostos e frases na minha recordação, concluí "pois, afinal ele não me queria dizer que tinha feito uma coisa má à N., provavelmente ela gostou".

Uma parte da minha iniciação sexual (a parte de saber o essencial da teoria) deu-se por via do vernáculo. Foi a linguagem dos meus colegas, obscena e sôfrega, violenta e galhofeira, que me baptizou. E o professor de Ciências da Natureza confirmou-me, no crisma do conhecimento de como as pilinhas e os pipis afinal foram feitos uns para os outros.

Legislação sobre a homossexualidade no mundo

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Este é o wiki em português e este o wiki em Inglês. A informação é a mesma, mas organizada de maneira diferente. No wiki em inglês, além de um mapa do mundo com cores assinalando as diferenças na legislação, existem tabelas por continente, que ajudam a ter uma noção do panorama mundial. No wiki em português, há listas com as penas aplicadas nos países em que a homossexualidade é considerada crime, que nos mostram que há três países em que é aplicada a pena de morte, cinco países em que a pena pode ser de prisão ou pena de morte e várias dezenas em que está prevista pena de prisão.

Lista de "idades de consentimento" por país

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Esta lista, contém a "idade de consentimento", em diferentes países.

Resultados da sondagem - Com quantas pessoas fizeste sexo?

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