let's talk...

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...mas à minha maneira!

e peço desculpa por esta minha entrada "pouco ortodoxa", mas aqui, como na vida, gosto sempre de chegar às coisas sem ser através das coisas. por exemplo: interessa-me pensar em sexo (como me interessa pensar noutra coisa qualquer), sem ser através do sexo ele próprio. ou então encontrar o sexo onde ele "à partida" não está. ou então deslocar os sítios comuns do sexo e recolocá-los noutros. enfim, questões meta-processuais à parte, gostaria de me iniciar (e vejam como uso um verbo com forte conotação "sexual") com uma proposta da cultura pop, que tanto me fascina, inspira, motiva e explica:



até já.

Ver para querer

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Da sábia e didáctica Tristan Taormino, o filme: "Expert Guide to the G-Spot". É possível ver o trailer aqui.

E, ainda, em alternativa à masturbação

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Há sempre a possibilidade de ter sexo com outra pessoa. Falando ainda de cremes e de sensações por eles causadas na pele, há um produto da KY chamado Yours+Mine. Trata-se de dois lubrificantes, um de cor azul para ele e um de cor violeta para ela. Obviamente, pode ser usado por dois eles ou duas elas. Eis o relato de uma consumidora: "(...)The way these two lubricants work together to enhance sexual pleasure is quite different from anything else on the market, at least anything that we have tried. The «Hers» makes the woman's vaginal area become cold and then when «His» lubricant is combined with "Hers" it creates a slight burning sensation. The burning sensation sort of reminds me of Icy Hot because of the tingly sensation that is created. The burning tingly sensation is not so intense that the mood is ruined though; it just enhances your womanly area to increase arousal and pleasure.(...)".

Creme anti-masturbação

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Sim, existe mesmo um creme, para aplicar nas "áreas afectadas" (será para aplicar no cérebro?). Tem o sugestivo nome de Handz Off e pode ser comprado online. A (perversa) ideia é tornar os genitais tão sensíveis que a masturbação se torna dolorosa.

Através do rui effe.

Aqui...

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... Fala-se de tudo, desde que sexo envolva.

Sexo Anal por Aaliyah

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É um blogue. Fala de sexo anal. Tem esse atractivo enorme de não ser escrito por um especialista, como um sexólogo, mas por uma aficionada desta prática. Existe desde Maio de 2006 e tem fotos. Algumas, da autora.

Orgasmos múltiplos masculinos I

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Sobre os orgasmos femininos existe muita coisa escrita. As revistas femininas encarregam-se, há anos, de descrever técnicas, recomendar livros e manuais, convidar especialistas para escrever artigos, enfim, quase tudo o que se possa escrever sobre o orgasmo feminino, à luz do que se descobriu até ao momento, já foi escrito, em formato pronto a consumir. A capacidade de ter orgasmos múltiplos ocupou uma boa parte da literatura sobre o orgasmo feminino. Criou inveja nos homens e inflacionou expectativas de, ou pelo menos colocou alguma pressão sobre, homens e mulheres. 

Muitos livros se apropriaram das palavras Kama Sutra, tornando-se êxitos de vendas. Em qualquer livraria se encontram dezenas de livros com fotos ou desenhos ilustrando posições sexuais, capítulos dedicados a massagens, à anatomia masculina e feminina, ao sexo oral, aos preliminares, ao orgasmo. O interesse pelo sexo tântrico renovou-se, embora sem a euforia e o entusiasmo com que invadiu o ocidente nos anos 60. 

Neste contexto, homens e mulheres parecem estar mais disponíveis para aprender coisas novas. O sexo, para muitas pessoas, deixou de ser algo que ocupa um espaço mínimo no quotidiano, uma actividade para a qual não vale a pena dedicar muito tempo, nem ter grandes preocupações com a aprendizagem de técnicas ou inovações para surpreender o companheiro. Com o empowerment que tem sido dado à sexualidade feminina nas últimas décadas, descolando-a da visão machista do sexo e emancipando-a de moralismos, a sexualidade, na perspectiva das mulheres, parece um mundo imenso, com novidades estrondosas que surgem de tempos a tempos, renovando o potencial interesse em experimentar as sugestões que se lêm em qualquer revista. Depois de muitos anos a falar-se de orgasmos múltiplos (e antes disso a falar-se simplesmente do orgasmo, desconhecido de muitas mulheres, e da masturbação), começou-se já há algum tempo a falar do ponto G - e, mais recentemente, do ponto U e da ejaculação feminina.

(Na cultura popular) para os homens os conselhos têm sido, acima de tudo, sobre como proporcionar prazer à parceira, como fazê-la ter orgasmos, e mais do que um, como fazer sexo oral, como tornar o sexo anal uma experiência boa para ela, também. Isto acontece acima de tudo porque têm sido as revistas femininas a falar sobre o assunto. Nos últimos anos, contudo, as revistas masculinas passaram também a dar conselhos sobre o sexo, e na perspectiva, finalmente, dos homens. Online, a AskMen é um exemplo óptimo, sendo abordados todos os assuntos relacionados com o prazer, já sem a necessidade de querer corresponder a um único e irredutível modelo masculino - sem tabus, a revista descreve, por exemplo, como estimular a próstata, aka o ponto G masculino.

Chegados a este momento, em que a informação é tanta, em que tivemos décadas, no ocidente, para nos debruçarmos sobre a sabedoria sexual dos orientais, em que se fizeram estudos importantes sobre o acto sexual em laboratório, em que a neurologia e a psicologia estudam os efeitos no cérebro e no comportamento dos orgasmos, da excitação, de tudo o que se relaciona com o sexo, chegados a este ponto, eis que se começa a falar dos orgasmos múltiplos masculinos. 

Para um homem é possível ter mais do que um orgasmo no decorrer de uma relação sexual. É possível ejacular mais do que uma vez. Mas não é a isso que se refere a expressão orgasmos múltiplos masculinos. Na verdade, tratam-se de orgasmos secos estes orgasmos múltiplos, ou seja, orgasmos sem ejaculação. Aqui é feita uma descrição sucinta do fenómeno e da técnica. E neste fórum é possível colocar questões, esclarecer dúvidas, entrar em contacto com outras pessoas que se interessam pelo tema, seguir a bibliografia recomendada. Nos próximos tempos, irei tentar perceber se é um falso ou inatingível mundo novo este de que se fala, ou se os orgasmos múltiplos também estão ao meu alcance, a mim que sou homem. Não preciso de aconselhar os leitores a fazer o mesmo, o assunto é suficientemente apelativo. Este tema terá sequelas, no sexUtopia, a dar conta das experiências científicas com caracter freelance a que me irei dedicar.

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Com saudades dos beijos agudos
dos cotovelos e das frescas nádegas nuas,
a cadeira arrepiava-se fria.
A rainha viajou,
a rainha foi-se embora.
Na cabeceira da cadeira os meus olhos.
Nos seus pés, de ouro velho, a minha bába.
Aqui para nós,
assim como só os ramos perdidos nos rios
viajam sempre mortos,
a rainha perdeu-se por outro reino, por certo.

Sem rainha as entesoadas revoluções já se foram.
Já não se repetem as batalhas de cuspo de ontem,
nem o batido de suores nas bandeiras patrióticas onde nos enrolamos,
não me falará mais das viagens que me fez,
nem do nome dos donos das nódoas das almofadas do coche,
que por sinal fincava sempre arreio no monte onde lhe comi os pêssegos.

A rainha arrastou-se pelas suas novas ruas,
foi-se-me embora despida do coche, da bandeira, de mim.
Hoje, tal como todos os reis de voláteis impérios, perdi a coroa.

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portugal portugal

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(...)Com o advento do Estado Novo, assistir-se-ia a um regresso aos valores morais da religião cristã (o primeiro dos três pilares da doutrina do regime que era resumida na frase "Fátima, Fado e Futebol"), com a sexualidade a ser vista apenas como meio para a procriação e com a definição vincada dos papéis esperados para cada um dos sexos: aos homens caberia trabalhar, chefiar e sustentar a família; às mulheres cuidarem dos filhos e da casa. Associado a este retrocesso assiste-se à repressão de todas as outras expressões de sexualidade, em paralelo com a repressão a outras formas de expressão política e social: os actos homossexuais, bem como os outros chamados vícios contra a natureza (já que apenas era considerada moralmente válido o sexo genital, reprodutivo), voltaram a ser criminalizados.O regime de Salazar procederá ainda à censura sistemática de todo o conteúdo homossexual artístico, quer nacional quer estrangeiro, numa tentativa de evitar a quebra, a todo o custo, dos tabus morais instituídos. A Polícia de Segurança Pública manterá vigilância apertada aos locais de encontro ou convívio de homossexuais, efectuando rusgas inesperadas que resultavam na identificação e cadastração de todos os presentes, e, nalguns casos, na sua prisão. Os homossexuais, e outros acusados de conduta imoral ou vadiagem, como prostitutas, chulos, doentes mentais, mendigos ou as crianças em "risco moral", deviam ser escondidos da sociedade, e eram muitas vezes internados por longos períodos em estabelecimentos específicos de "reeducação", como as "Mitras", nos quais foram admitidos e maltratados de 1933 a 1951 mais de 12 mil pessoas[30].

Há também referência à detenção, tortura e deportação pela PIDE de homossexuais, associada muitas vezes à repressão política. É o caso de Júlio Fogaça, dirigente do Partido Comunista Português, então na clandestinidade, que em 1962 foi condenado como "pederasta passivo e habitual na prática de vícios contra a natureza". Não foi a primeira vez que Fogaça foi preso - já havia mesmo sido deportado por duas vezes - mas foi a primeira vez que a acusação de homossexualidade foi utilizada para o afastar da liberdade.

No entanto, não foi apenas o "regime" que condenou e reprimiu a homossexualidade. Júlio Fogaça seria também vítima da intolerância do Partido Comunista que o expulsou do Partido na mesma ocasião com base na sua conduta moral.(...)


O que é pornografia

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"A pornografia é uma invenção vitoriana". A frase ouvia-a a durante um episódio de The Best Of Pornucopia, em exibição na Sic Radical. A explicação seguiu-se. Foi durante a época vitoriana que a pornografia nasceu. Quando os povos antigos viam as esculturas e imagens de pessoas tendo sexo, não as viam enquanto pornografia. Foi quando uns senhores, muito distintos, se viram com estas imagens, que decidiram que aquilo era material que devia ser afastado de jovens donzelas impressionáveis e que apenas eles, cavalheiros maduros, estariam à altura de ver tais representações. Segundo a wikipedia, "Pornography or porn is the explicit depiction of sexual subject matter with the sole intention of sexually exciting the viewer. It is to a certain extent similar to erotica, which is the use of sexually arousing imagery." Mais à frente é esclarecido: "However, when sexual acts are performed for a live audience, by definition it is not pornography, as the term applies to the depiction of the act, rather than the act itself. Thus, portrayals such as sex shows and striptease are not pornography.".

Nesta definição fica então estabelecido que a pornografia não é o acto sexual, mas a sua representação. E que essa representação, para ser pornografia, é produzida com o intuito de excitar sexualmente o consumidor de pornografia. Tenho de dizer que me agrada esta definição. Põe de lado qualquer discussão sobre se pornográfico é o que é explícito ou não, sobre se o explícito, desde que tenha valor artístico, deixa ou não de ser pornografia. Fica claro, com esta definição, que o que distingue a pornografia de outras representações de actos sexuais é o objectivo com que é produzida. Um filme pornográfico, uma imagem pornográfica, um texto pornográfico, são criados para provocar excitação sexual.

A falácia da fêmea monógama - Henrique

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De todas as falácias que buscam justificar a monogamia por meio da biologia, talvez a mais convincente delas seja aquela que admite que os machos são polígamos por natureza, mas reafirma a monogamia das fêmeas.

O argumento é simples: os machos geralmente fazem um investimento parental bem menor que o das fêmeas e, por isso, as fêmeas seriam mais seletivas já que teriam muito mais a perder com a fertilização por um espermatozóide geneticamente inferior. Em outras palavras: para o macho, o que vier é lucro, já que produz milhares de espermatozóides e tudo o que precisa fazer para deixar uma prole satisfatória é copular com o maior número de fêmeas possível. Já para as fêmeas, que produzem um número de óvulos bem menor e ainda por cima precisam gestar o feto e cuidar do filhote recém-nascido, uma fecundação inadequada é algo grave o suficiente para recomendar um comportamento cauteloso na escolha dos parceiros.

A tese, tal como exposta, parece fazer bastante sentido mas no fundo não descreve a realidade sexual da maioria das espécies. Trata-se de uma interpretação moral do comportamento sexual dos animais a partir da visão machista de biólogos, em sua maioria homens.
(...)



The Queer Heterossexual - Tristan Taormino

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(...)All these advances have led to greater dialogue and diversity within LGBT communities. But they have also ushered in a new identity: the Queer Heterosexual. How does one spot a QH? In some cases, it's based on either one or both partners having non-traditional gender expressions, like she's tough-as-nails butch (yes, straight women can be butch—have you been to Montana?) and he's girlish and lets her take charge (which may or may not include bending over), or they actively work against their assigned gender roles. Some queer heterosexuals are strongly aligned with queer community, culture, politics, and activism but happen to love and lust after people of a different gender. I also consider folks who embrace alternative models of sexuality and relationships (polyamory, non-monogamy, BDSM, cross-dressing) to be queer, since labeling them "straight," considering their lifestyle choices, seems inappropriate. Then there are those folks who may be straight-looking and straight-acting, but you can't in good conscience call them straight.(...)



Tristan Taormino, no Village Voice - Maio de 2003

Sexos, guerras e identidade

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Não foi só durante os anos 60 que assumir a sexualidade era um acto político. Para gerações de feministas e de activistas dos direitos LGBT, a sexualidade foi sempre um componente essencial da identidade pessoal e colectiva, um terreno de exercício de liberdades e direitos, um aspecto do quotidiano que necessita de se emancipar de preconceitos e moralismos. Ser livre sexualmente não é ser libertino nem é ser conservador, não é ser poliamoroso nem defender a virgindade até ao casamento, não é ser-se uma coisa por oposição a uma outra, de valor civilizacional inferior. É poder exercer o eu, de acordo com o que se é, intimamente, poder estabelecer que horizontes são desejáveis, que princípios são importantes. Agora que muitas constituições salvaguardam a igualdade de direitos das mulheres em relação aos homens, dos homossexuais em relação aos heterossexuais, é evidente que da teoria (em que cada um vive de acordo com o que deseja para si e ninguém tem o direito de impor as suas ideias aos outros) à prática, vai uma distância que é forçoso percorrer.

O sexUtopia surge em 2008, altura em que os netos dos homens e mulheres que fizeram a revolução cultural e sexual dos anos 60 já são crescidos. Serão estas novas gerações a ensinar-nos o que fracassou, serão estes netos da revolução, que não conheceram o mundo sem SIDA, os portadores inevitáveis da esperança que neles conseguirmos depositar. Há algo que já não admitimos que nos seja retirado. A liberdade de falarmos sobre os assuntos que escolhermos. E aqui vai-se falar de sexo, de pessoas e relações, do desejo e do prazer, do corpo.